(Foto: Reprodução)
Para pensar… Pilates , Alongamento e Terapia Manual
Muitas vezes nossos clientes iniciam a sessão de Pilates referindo dores musculares que irradiam ou que, segundo eles: “uma dor que aperta como se fosse travar”… São inúmeras queixas e nós profissionais de Pilates, muitas vezes, começamos o atendimento com alongamento. A questão é: será que sempre temos que fazer da mesma maneira? Será que funciona para todas as pessoas?
Ao longo dos meus 13 anos atendendo com o Método Pilates, aprendi com a prática, que aquecer o corpo e prepara-lo para os movimentos que serão realizados é mais eficaz do que manter os músculos em alongamento, mas também aprendi que pessoas com grupos musculares encurtados precisam manter a posição de alongamento para poderem ganhar amplitude de movimento.
Você pode estar se perguntando: como assim? Trabalhamos 60 minutos numa sessão e para que você tenha resultado com os seus clientes, deve trabalhar o que eles precisam! Então, para que vou alongar um pescoço que não precisa ser alongado, enquanto os músculos posteriores das coxas e das panturrilhas estão encurtados e limitando a evolução do cliente na técnica? Além disso, o Pilates possui vários movimentos que vão trabalhar o aumento da mobilidade articular e da flexibilidade muscular.
E por que não iniciamos uma sessão deste método com liberação miofascial ativa ou com terapia manual? Quando iniciamos qualquer movimento a partir de um grupo muscular que está tenso ou com pontos-gatilho existe uma enorme chance de lesionar ainda mais essa estrutura, pois o músculo com desordens em suas fibras contráteis fará o movimento solicitado, porém causando estresse mecânico em outras partes do mesmo, pois as demais fibras tentarão que realizar o “trabalho” das fibras com deficiência mecânica. Liberar um músculo tenso possibilita maior liberdade de movimento saudável e controlado, sem desarranjos nas fibras musculares que já estão em sofrimento.
Pergunta: como seria se fizéssemos a liberação miofascial seguida de alongamento e depois seguíssemos para a realização dos movimentos daquele músculo ou grupo muscular tenso? Com certeza teríamos um resultado mais satisfatório no desenvolvimento das sessões e evolução dos clientes no Pilates. Em atendimentos individuais podemos fazer liberação miofascial através da Terapia Manual, mas como fazer liberação miofascial em grupo? Quando atendemos em grupo, tal possibilidade se torna inviável com a terapia manual passiva, mas pode-se fazer liberação miofascial ativa com bolinhas de tênis, rolo de EVA e “auto-traço” realizado pelo próprio cliente.
Devemos entender que a dor e a limitação física que ela desencadeia são as grandes responsáveis pelo sofrimento físico e mental de grande parte dos nossos clientes. Acredito que nosso foco deva ser na melhora da qualidade-de-vida, da capacidade e do vigor físico dos mesmos, e nós temos por obrigação utilizar de todo conhecimento para atingir esse intuito, mesmo que seja necessária introdução de técnicas diferentes numa sessão de Pilates, mas lembre-se de informar aos seus clientes o que é e o que não é Pilates!
Gracielli Manso
Fisioterapeuta – Instrutora de Pilates
Sócia Fundadora do Estúdio de Pilates Alongatto
Coordenadora da Alongatto Cursos
grafcmanso@gmail.com
2 Comentários para "Para pensar… Pilates , Alongamento e Terapia Manual"
gostaria de saber se pode se considerar o pilates como parte tecnica da terapia manual?
Boa tarde, Renata!
Pilates é um Método de exercícios físicos corretivos, ou seja, as técnicas de terapia manual não são parte do Método, mas podem ser utilizadas em uma sessão caso seja necessário e caso o profissional tenha competência e direito legal para utilizá-la. No texto, ela é abordada como uma maneira de se conquistar uma assistência à melhora física do praticante e não como parte da Metodologia do Pilates ou Contrologia. Deve ficar claro para o praticante, qual o objetivo da utilização da terapia manual e que ela não faz parte do Método Pilates. Muito obrigada pelo interesse em ler o nosso texto e conhecer o nosso Blog!